Marilyn Chambers também foi cantora

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Se o cinema “made in Hollywood” sempre olhou de soslaio para artistas provenientes do underground, o mesmo não se pode falar da indústria fonográfica, bem mais liberal. São muitos os exemplos de astros e estrelas famosos em filmes adultos e arriscaram soltar a voz em disco.

Aqui mesmo no blog La Dolce Vita você já leu sobre vários casos. Marilyn Chambers é mais um caso, gravou músicas sem, aliás, largar a área que lhe fez famosa, muito pelo contrário, conseguiu juntar ambas.
Conhecida a partir do clássico filme Atrás da Porta Verde de 1972, assinou contrato com o produtor Michael Zager (o mesmo de Whitney Houston) em 1977. No ano anterior a colega Andrea True havia alcançado o Top 40 com o super hit “More, more, more”.

Chambers  contra-atacou com a canção "Benihana" em um compacto. São alguns minutos de gemidinhos acompanhando uma voz suave que chegaram a fazer relativo sucesso, se apresentando até no programa de TV do James Brown (assista abaixo!).
Chega a ser um som banal agora, mas a conceituosa revista Billboard o elogiou na época: “... canta muito bem com uma voz pequena e sexy neste cativante tributo ao homem amante oriental". O mais bacana é "Benihana" tocar de fundo no filme Rabid de David Cronenberg.
Embora Rabid tenha recebido esse nome em português, não se trata de um pornô, mas de terror. Hoje cult, o trabalho de Cronenberg é  um dos poucos filmes convencionais a ter Marilyn Chambers no elenco.

O próximo passo mais notável aconteceria em 1980 com a música “Shame On You”. A música foi tema do filme Insaciável (Insatiable de Stu Segall), produção que juntou Chambers, que havia se afastado dos filmes que a deixaram famosa, ao lendário John Holmes.
Com um orçamento acima da média, Insaciável se tornou um enorme sucesso de bilheteria num período em que o VHS começava a matar a tentativa de se fazer com qualidade, como um gênero qualquer. “Shame On You” toca quase inteira na sequencia de abertura. Ouça no player abaixo.
Em 1983 estrelaria Up 'n Coming dirigida novamente por Stu Segall. Neste trabalho ela interpreta uma cantora country de sucesso, boa oportunidade para Marilyn Chambers surgir cantando entre uma cena ou outra.

E parece que acabou por aí. Mesmo após Madonna ter lançado o álbum Erotica em 1992, evento que motivou muitas celebridades com apelo sensual a apelaram pra voz, Chambers não se arriscou mais.

Por um período se dedicou apenas ao papel de mãe. No começo deste século recebeu 946 votos ao se candidatar como vice presidente dos EUA nas eleições de 2004, fato que não lhe desencorajou a continuar tentando cargos públicos.

Aos 56 anos de idade, em 2009, faleceu por problemas cardíacos. Continuou a ser lembrada apenas como aquela moça de “Atrás da Porta Verde”. 

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