Quando um filme ruim consegue ser mais do que apenas um filme ruim

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Feito com um punhadinho de dólares em 1971, Octaman é como se espera:  Muito ruim, mas muito ruim mesmo! Mas ele guarda algumas singularidades que o fazem objeto de culto à frente de tantas outras pérolas B.

Meio homem meio polvo, a criatura deve ter algum parentes com a prestigiada O Mostro da Lagoa Negra (Creature from the Black Lagoon, 1954 de Jack Arnold), visto que seu diretor Harry Essex foi um dos roteiristas no filme da Universal. Não, por tanto, é coisa de um bando de garotos inexperientes sonhando em fazer cinema.
No elenco temos ninguém menos que a estrela de Hollywood Pier Angeli. Aquela eterna virginal namoradinha de James Dean, cujo amor proibido de ambos haviam feito muitas adolescentes suspirarem quase vinte anos antes.

Ela estava literalmente em fim de carreira, sem ser convidada para grandes produções se agarrou no que aparecia como várias outras antigas colegas. Depois de O Que Terá Acontecido a Baby Jane?  (What Ever Happened to Baby Jane?, 1962 de Robert Aldrich) filmes de baixo orçamento pareciam uma segunda chance para quem não interessava mais a Hollywood.

Joan Crawford topou o ridículo Trog, O Mosntro da Caverna (Trog, 1970 de Freddie Francis) e saiu dizendo que teve vontade de morrer quando viu seu nome estampado numa marquise junto a esse filme. Bem, Pier Angeli andava muito deprimida quando trabalhava em Octaman e realmente se matou com barbitúricos durante as filmagens.

Só que isso tanto faz para Octaman. Editaram de um jeito que ela continua praticamente em toda metragem, ainda muito bonita, com trinta e nove anos de idade.
Mas nem tudo é fim de feira. A criatura risível de borracha, por exemplo, foi o primeiro trabalho de Rick Baker, na época com vinte anos e apaixonado por cinema fantástico.
Baker depois se tornaria um dos principais nomes em maquiagem e efeitos visuais que já tem em sua prateleira sete Oscars de um total de doze indicações! 
Ele criou o figurino, mas não o vestiu, como faria em 1976 para a super produção King Kong de Dino Di Laurentis. Aliás, incrível como apenas cinco anos (e milhares de dólares a mais) separam Octaman de King Kong. 

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1Comentários

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  1. É evidente que esse filme tá bem longe de ser bom. Mas já vi coisas piores.rs
    Eu até gosto de Octaman. Se não fosse pela falta de ritmo de algumas cenas, acho que ele seria mais lembrado.

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