O Aniquilador: "Angela, não é você!"

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O Aniquilador (The Annihilator, 1986 de Michael Chapman) é um telefilme norte-americano muito mais conhecido no Brasil do que em seu país. Ele estreou no Supercine da Globo e depois foi distribuído em VHS pela CIC Vídeo.

Na verdade trata-se de um piloto para uma série de ficção científica que nunca passou disso. Era comum produzirem primeiro um episódio longo, chamado de piloto.

Caso vingasse a Globo comprava a série toda, mas primeiro exibia o “Longa metragem que deu origem à série”, conforme anunciavam. Caso contrário ela exibia no Supercine, sábado depois da novela, como um filme qualquer.

O Aniquilador é repleto das falhinhas das produções televisas daquele tempo pelo orçamento apertado, mas tem momentos muito bons e uma trama intrigante. É um pouco variação de Vampiros de Almas (Invasion of the Body Snatchers, 1956 de Don Siegel) e Westworld - Onde Ninguém Tem Alma (1973 de Michael Crichton), mas claro, sem o brilhantismo destes.

Narrado a princípio em flashback, policiais perseguem um carinha, que acaba salvo por loira misteriosa. Ele é Richard Armour, editor de um jornal, acusado de matar a namorada, a também jornalista Angela Taylor.

Tudo começou quando a moça foi ao Havaí com passagens misteriosamente ofertadas pela empresa a érea. Já voltou de lá muito esquisitona, com cabelo new wave e certo sarcasmo nos lábios frios.

A maior bandeira é que Angela sempre se posicionou contra computadores (que pela época chamam de terminais), mas passa a usá-los com muita habilidade. Logo descobriremos que foi trocada por um ciborgue maligno quando o avião sobrevoou o Triangulo das Bermudas.

Ela e mais meia dúzia de “pessoas” que nosso herói terá que destruir enquanto foge da policia que o busca como se fosse um assassino. "Sou a caça e o caçador!" gaba-se Armour num momento Fábio Junior.

A sequencia mais memorável é quando o jornalista arranca o braço de uma garota ciborgue (por mais tecnológicos que sejam, são máquinas bem fraquinhas, viu?) e ela usa o membro pra bater nele! Surra de braço mole!

Não se sabe se foi a emissora brasileira que reeditou, ou se ele é assim mesmo, mas há uns sobressaltos na história. Falam muito, por exemplo, de um cachorro que morreu, mas ele nunca apareceu.

Em compensação, há praticamente um videoclip de longos minutos com reaproveitamento de imagens ao som de Ashes to Ashes do David Bowie. Música que toca umas quatros vezes durante todo o filme.

Bizarria maior é que nessa hora intercalam com imagens de arquivo de santos católicos e a estatueta de Pazuzu! A mesma que aparece em O Exorcista (The Exorcist, 1973 de William Friedkin ).


Seriam os demônios astronautas?

Há paranoia e uma conspiração envolvendo UFOs que não chegamos a saber direito do que se trata. Termina (e isso não é um spoiler!) com o jornalista caminhando de mochila nas costas, tal e qual o Hulk do seriado 70’s que perambulava pelos EUA a cada novo episódio.

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3Comentários

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  1. acabo de assistir esse filme. Gostei bastante, bem trash, mas diverte. O cachorro aparece sim, na cena que angela vai jogar o lixo fora.

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  2. Obrigado tinha assinado esse troço pelo SBT, tinha me esquecido completamente até ler o seu post.

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  3. Muito bom filme. Marcou a minha infância! Boa época quando filmes como esses passavam de tarde e a criançada toda via. : )

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