John Waters admirado com a obscenidade atual

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John Waters, diretor que chocou o mundo com filmes como Pink Flamingos (1972) e Female Trouble (1974), declarou à BBC que fica pasmo com a escala de perversidade que existe no cinema convencional e na pornografia de hoje. Nunca foram por um caminho tão fácil, sem provocar o espectador.

“Hollywood atualmente se dedica ao mau gosto e, em sua maioria, o faz mal” sentencia o homem também conhecido como Papa do Mau Gosto e Príncipe do Vômito. Ele gostou de filmes como Se Beber, Não Case! (The Hangover, 2009 de Todd Phillips), mas aponta que geralmente não são engraçados, são apenas grosseiros.
Lembrando que em seus trabalhos há nudez, sexo, estupros, raptos e muitas outras formas de violência em tom de comicidade crítica, nunca como apologia a padrões sociais. Existe um abismo, diz, entre "a tentativa humorada de chocar em Pink Flamingos e a violência forense detalhada e realista dos chamados 'torture porn' , como Jogos Mortais”.

Waters, que incluiu em seu livro de 2010 o pornográfico “outsider” Bobby Garcia (cujos famigerados VHS, se tornaram clássicos da rede) como influência, diz que a pornô de internet está deprimente e inquietante. “Alguém disse que não estão fazendo amor, eles estão fazendo ódio. Especialmente no pornô heterossexual.”.

Na pornografia gay haveria ainda, segundo o diretor, uma relação semelhante entre os praticantes, muito diferente ao tratamento dispensado às mulheres heterossexuais. “Mas estes são os limites da liberdade de expressão com que temos de nos virar.”, diz ele que repudia a burrice dos censores.

A primeira imagem é um oferecimento Le Monde

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