Sem título

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Dark Water

Nos anos 80 mais hype que relógio que trocava pulseiras era se preocupar com o estado pútrido do rio Tietê. Não faço idéia se o ápice da poluição foi naquele período, ou se os anseios naturebas 70’s acharam sentido em tal protesto ambiental. O assunto era tão quente naquele período de cores cítricas que mesmo a gurizada do interior ao voltar da tão sonhada viagem ao Playcenter primeiramente contava (com certo prazer) ter quase vomitado com o cheiro de porco escaldado que havia sentido. Só depois vinham as lembranças do sustão que a Monga, A Mulher Gorila lhes deu, ou o quanto a Orca era incrível! Detalhe, não se comentava o quão ecologicamente incorreto era manter uma baleia numa piscina suja daquelas, mas enfim... Qualquer programa de entrevistas na TV que se prezasse levava um especialista sobre rios, poluição e adjacências clamando pela bem da humanidade: Salve o Tietê! Ok, 20 anos depois lá está aquele filetinho de água fétida dando as boas vindas a quem chega a São Paulo. Não escuto falar no assunto há muito tempo, aliás, só na propaganda eleitoral ou quando algum barraco é alagado e ponto. Toda aquela mobilização, todo o aqüé arrecadado nos anos 80, deu em quê? Se estiver aplicado dês daquela época só de juros despoluímos (finalmente!!!) o Tietê e ainda sobra pra nos protegermos do superaquecimento terrestre...

[Ouvindo: Just I Time – Nina Simone]

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2Comentários

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  1. Oi Miguel,

    O tietê não tem jeito mesmo. Ou melhor, que não tem jeito mesmo somos nós e este Brasil, com este bando de político sujo e cara de pau por aí...
    Gostei do blog.
    Um abraço

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  2. Oi Wagner,
    Muito pior que os políticos sujos é essa letargia generalizada... Nem George Romero acreditaria nisso aqui...

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