Sem título

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Corpo Fechado

A Terra nem precisou rodar três vezes no sentido contrário. Superman está (azulíssimo) na capa da revista Set deste mês! E quase todas as capas dela me fazem prometer que nunca mais irei comprá-la... Até o próximo mês! A de agora pelo menos me trouxe aquele clima retrô de quando se via um filme e tentávamos imaginar como os efeitos especiais foram feitos. Hoje só há uma hipótese: computadores!!! Superman (e isso já devo ter escrito aqui pelo menos umas 5000 vezes! Gott!) era não só meu herói preferido, como praticamente o único. Seus poderes ilimitados me faziam ignorar a existência dos outros. Teria tatuado o símbolo dele se, bem na hora H, não me lembrasse que o Bon Jovi tem um igualzinho. Não me perdoaria! Cresci achando que ele era um ser mitológico, como um deus asteca, que sempre existiu. A ficha só caiu quando trabalhei com animações de festas infantis e encarnava só o Batman, jamais o filho querido de Jor-El. Colocava aquela máscara preta, me olhava no espelho e na hora achava minha boca a coisa mais beijável deste planeta. Sexy a dar com o pau, literalmente. Passava o resto da festa escapando de tias solteironas mais afoitas. Os blockbusters do Tim Burton eram recentes, o que fez o homem-morcego ser o preferido da petizada daquela época. Na minha época foi o filme Superman de 78, quando a Warner conseguiu a façanha (estampada nos cartazes com estrondo) de fazer o homem voar, que levava qualquer criança a achar que algum dia poderia ter superpoderes e até voar também, porque não? Muito mais a película do que os quadrinhos da DC, escuros e rabiscados demais, sem falar que as histórias tinham o péssimo hábito de já terem começado em alguma(s) revista(s) anterior(es). Comprar a Set com o herói na capa foi quase como voltar vinte anos no tempo. Neste Superman - O Retorno, o personagem (que é o mesmo dos outros filmes) ficou algum tempo fora da terra e ao retornar a fila andou, Lois Lane inclusive é mãe e está noiva de outro. Em um mundo diferente (e mais violento) do que estava acostumado, precisará achar seu lugar, lidar com as transformações. Não vi e já gostei. Não tive como não criar um paralelo entre hoje e a década de 80. O que aquele garotinho que usava fantasia azul e vermelha enquanto assistia Os Bárbaros no Balão Mágico faria se me visse hoje, como ele reagiria à realidade do agora? Wow! Um filme de herói pra pensar!

[Ouvindo: Drifting Along – Jamiroquai]

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1Comentários

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  1. Belo texto Miguel... apesar de toda a polêmica em torno da sexualidade do super-homem (o que só faz aumentar a expectativa em torno do filme), acredito que "Superman - O Retorno" será um grande filme... estou contando os dias para a estréia. Assím como você, cresci nos 80's, ví os primeiros filmes com o Cristopher Reeve e tbm sonhei que um dia pudéssemos ter os mesmos poderes que ele... pura ilusão. Mas sonhar não paga imposto. Um abraço!

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